sábado, 26 de junho de 2010

Letra da Semana - 27 de junho

Ontem, 25 de junho, foi lembrado o primeiro aniversário da morte de Michael Jackson. E como homenagem ao Rei do Pop, o Melodia inaugura com ele a seção Letra da Semana!

A canção Man in the Mirror, escrita por Michael Jackson para o álbum Bad, de 1987, fechava seus shows com chave de ouro com seus belos arranjos e uma letra mais do que sublime (além do espetáculo visual, como da clássica despedida “voando” sobre o público, vista na turnê mundial Dangerous).

Para mim, o legado mais importante de MJ não está nos vocais marcantes, nas batidas contagiantes ou nas coreografias geniais. O que revela o verdadeiro Michael Jackson são suas composições – e Man in the Mirror é sem dúvida umas das mais bonitas.

Seu clipe, postado aqui também, emociona e nos faz pensar ao mostrar moradores de rua e crianças vítimas da fome na África. Toca na nossa ferida já que, antes de cobrar providências dos governos, precisamos fazer a nossa parte. Precisamos mudar nossa atitude. Mudar o homem no espelho.


"I'm gonna make a change for once in my life
It's gonna feel real good, gonna make a diference
Gonna make it right...

As I, turn up the collar on my favorite winter coat
This wind is blowing my mind
I see the kids in the streets, with not enough to eat
Who am I to be blind,
Pretending not to see their needs?

A summer's disregard, a broken bottle top
And a one man soul
They follow each other on the wind, you know
'Cause they got nowhere to go
That's why I want you to know

I'm starting with the man in the mirror
I'm asking him to change his ways
And no message could have been any clearer
If you wanna make the world a better place
Take a look at yourself, and then make a change

I've been a victim of a selfish kind of love
It's time that I realize
That there are some with no home, not a nickel to loan
Could it be really me, pretending that they're not alone

A willow deeply scarred, somebody's broken heart
And a washed-out dream
They follow the pattern of the wind, you see
'Cause they got no place to be
That's why I'm starting with me

I'm starting with the man in the mirror
I'm asking him to change his ways
And no message could have been any clearer
If you wanna make the world a better place
Take a look at yourself, and then make a change...

Depois de alguns meses de pausa, o Melodia da Palavra está de volta. E com muitas novidades. Até o mês de julho, o blog trará novas seções e uma grande surpresa: além de ver, você também vai ouvir e participar do Melodia! Como? Espere e verá!

sábado, 13 de março de 2010

Scorcese e DiCaprio de volta em "Ilha do Medo"

1954. O investigador Teddy Daniels é chamado para solucionar o caso do desaparecimento de um paciente do hospital psiquiátrico da isolada Shutter Island, no litoral de Boston. Convivendo com pacientes problemáticos e médicos apáticos, Teddy tem de resolver o caso enquanto luta para manter a sanidade, tudo isso após as comunicações da ilha com o mundo serem perdidas por causa de um furacão.

Esta é a história da nova parceria de Martin Scorcese e Leonardo DiCaprio, Ilha do Medo (Shutter Island), que entra em cartaz este fim de semana nos cinemas brasileiros. No fim de semana de estréia nos Estados Unidos arrecadou US$ 40,2 milhões e chegou ao topo das bilheterias, superando a comédia romântica Idas e Vindas do Amor.

O filme é a quarto trabalho conjunto Scorcese-DiCaprio; antes, fizeram juntos Gangues de Nova York (2002), O Aviador (2004) e Os Infiltrados (em 2006), este último dando ao diretor os Oscars de Melhor Filme e Melhor Direção. E a próxima parceria do diretor e do ator já está marcada: é a biografia de Frank Sinatra, que será vivido por Leonardo DiCaprio.

Veja abaixo o trailer de Ilha do Medo, que promete ser mais um sucesso de público e crítica!


Guerra ao Terror


Quem conhece este que vos escreve sabe o quanto eu esperava por um grande triunfo de “Avatar” nesta edição do Oscar. Mas, na realidade, não chegou a ser uma surpresa tão grande a supremacia de “Guerra ao Terror” na premiação – na verdade, esse sentimento foi mais forte aqui no Brasil, onde o filme de Kathryn Bigelow teve pouca divulgação, sendo lançado primeiro em DVD e só agora chegando aos cinemas.

Um impacto positivo do resultado dos Oscars para a indústria cinematográfica é a sobrevivência dos filmes de baixo orçamento. Enquanto este ramo depende de grandes bilheterias para sobreviver – o caríssimo “Avatar” já arrecadou até aqui US$ 2,6 bilhões – são produções mais simples que levam grandes prêmios. “Guerra ao Terror” custou apenas US$ 11 milhões, valor irrisório para uma produção de Hollywood e arrecadou apenas US$ 12 milhões no mundo todo: um desastre em sentido comercial.

De qualquer forma, “Guerra ao Terror” acerta em cheio ao fazer o espectador sentir a tensão vivida pelos soldados americanos no Iraque. Além de terem o ingrato trabalho de desarmar bombas, os homens do Comando Delta ainda têm de conviver com o medo de um ataque surpresa. A fotografia e o som são muito bons, mas o ponto mais forte é a edição. Mesmo quando os soldados não estão em ação, o filme não perde o ritmo: quando não há o medo, há os dramas internos, e estes não soam exagerados ou desnecessários (mas, reconheço: morri de sono durante alguns minutos!)

Em resumo, um bom filme de ação. Não soa como um clássico do gênero, mas representa e muito bem o tempo em que vivemos.

quarta-feira, 10 de março de 2010

Impressões do Oscar 2010


Quem acompanha o Oscar há algum tempo reparou que a Academia novamente tentou atrair a atenção do público por fazer algumas mudanças na cerimônia; algumas positivas, outras nem tanto.

Uma tendência observada nos últimos anos é o uso da computação gráfica, geralmente na forma de personagens de filmes de animação contracenando em tempo real com os apresentadores.

Para tentar “enxugar” o tamanho da cerimônia, que é de cerca de 3 horas e meia, este ano os Oscars não tiveram um dos seus momentos mais bonitos: a apresentação, ao vivo, das indicadas ao prêmio de Melhor Canção. Em vez de intérpretes, clipes das músicas com cenas de seus filmes.

Mais uma vez, para atrair o público jovem, artistas com apelo entre os adolescentes estiveram no palco, como Miley Cyrus, Zac Efron, Kristen Stewart e Taylor Lautner. Parece ser outra tendência crescente, apesar dos mais velhos torcerem o nariz à ideia.

Outra mudança é a volta, depois de mais de 60 anos, de uma lista de dez indicados ao prêmio de Melhor Filme. É uma idéia interessante, mas para este ano não parece ter sido acertada. Ao contrário do que se esperava, não houve uma grande diversidade de tipos de produções indicadas: grandes sucessos como “Star Trek” e filmes muito elogiados, como “500 Dias com Ela”, foram ignorados. Em vez deles, dramas tradicionais entraram na lista ­– alguns deles que talvez não mereceriam vaga se fossem apenas 5 concorrentes.

No ramo cômico, tivemos a interessante apresentação dupla de Alec Baldwin e Steve Martin. Guiaram bem a cerimônia, e provavelmente não teriam ido tão bem se estivessem sozinhos no palco. Ben Stiller também chamou a atenção ao aparecer no palco como um na’vi, para apresentar os indicados a Melhor Maquiagem.

Uma boa idéia aplicada este ano ocorreu na entrega dos prêmios de Melhor Ator e Melhor Atriz, onde atores que contracenaram com os indicados davam depoimentos sobre estes. Alguns mais emocionais, outros mais engraçados (por exemplo, as palavras de Tim Robbins sobre Morgan Freeman foram um dos pontos altos).

Entre os discursos, destaque para Sandra Bullock (Melhor Atriz), que emocionou a plateia ao homenagear sua mãe, e Michael Giachinno (Melhor Trilha Sonora), ao incentivar as crianças do mundo todo a não desistir de seus sonhos.

Destaque negativo para a atitude da transmissão oficial ao censurar a manifestação dos vencedores do Oscar de Melhor Documentário. Os produtores de “The Cove”, que expõe a matança de golfinhos, exibiram no palco uma faixa pedindo doações para sua causa. A geração oficial de imagens rapidamente parou de mostrar os agraciados e passou a focalizar a platéia, como se nada estivesse acontecendo.

Quanto aos prêmios, a surpresa acabou sendo a vitória de “Guerra ao Terror” na categoria de Melhor Filme sobre “Avatar” e o segundo Oscar da história do cinema argentino, para “O Segredo de Seus Olhos” – apesar do franco favoritismo do alemão “A Fita Branca”. Também merece destaque o prêmio de Melhor Trilha Sonora para “Up”, cuja música sublime venceu os grandes nomes da noite.

As decepções deste ano acabaram sendo “Amor Sem Escalas”, que não foi premiado em nenhuma das suas seis indicações, e “Bastardos Inglórios”, que só levou uma das oito estatuetas a que foi indicado, a de Melhor Ator Coadjuvante para Christoph Waltz.

Agora, quando março chegar ao fim, começará a temporada de verão americana e seus filmes de grande bilheteria. Porque, como costumo dizer, para o cinema o ano só começa depois do Oscar!

Veja abaixo a lista completa dos 24 vencedores da 82ª edição do Oscar, com destaque em itálico para as 14 apostas feitas pelo blog Melodia da Palavra que se confirmaram!

Melhor Filme - Guerra ao Terror
Melhor Diretor - Kathryn Bigelow (Guerra ao Terror)
Melhor Ator -
Jeff Bridges (Coração Louco)
Melhor Ator Coadjuvante - Christoph Waltz (Bastardos Inglórios)
Melhor Atriz - Sandra Bullock (Um Sonho Possível)
Melhor Atriz Coadjuvante - Mo’Nique (Preciosa)
Melhor Roteiro Adaptado - Preciosa
Melhor Roteiro Original - Guerra ao Terror
Melhor Filme de Animação - Up
Melhor Filme Estrangeiro - O Segredo dos Seus Olhos (Argentina)
Melhor Direção de Arte -
Avatar
Melhor Fotografia - Avatar
Melhor Edição -
Guerra ao Terror
Melhor Trilha Sonora - Michael Giacchino (Up)
Melhor Canção Original -
“The Weary Kind” (Coração Louco)
Melhor Figurino - The Young Victoria
Melhor Maquiagem - Star Trek
Melhor Edição de Som - Guerra ao Terror
Melhor Mixagem de Som - Guerra ao Terror
Melhores Efeitos Visuais - Avatar
Melhor Documentário - The Cove
Melhor Documentário de Curta Metragem - Music by Prudence
Melhor Curta-Metragem - The New Tenants
Melhor Curta-Metragem de Animação -
Logorama

sábado, 27 de fevereiro de 2010

Oscar 2010 - As Apostas


Depois de algumas semanas, o Melodia da Palavra está de volta e, retomando o que fizemos antes do Grammy 2009, quando apostamos os vencedores das principais categorias (e erramos feio, para a felicidade deste que vos escreve!). Se dizem que o ano, no Brasil, começa após o Carnaval, para este blog o ano começa de verdade DEPOIS DO OSCAR!

Para começar, analisaremos aqui 20 das 24 categorias da 82ª edição do prêmio da Academia. Para não ser injusto, deixamos de fora as categorias de documentários e curtas-metragem, já que quase ninguém no Brasil tem a menor ideia de como sejam estes filmes... A única exceção são os curtas animados, que sempre podem ser encontrados na internet.

Então, vamos jogar nossas fichas!

Melhor Filme Estrangeiro: Este é um ano rico para a categoria, já que filmes conhecidos como o espanhol “Abraços Partidos” de Pedro Almodóvar e o italiano “Baaria” de Giuseppe Tornatore ficaram de fora. Temos dois grandes favoritos, e colocamos nossas fichas no vencedor da categoria no Globo de Ouro: o filme alemão “A Fita Branca”.

Melhor Filme de Animação: Se a Pixar sempre aparece como favorita quando sai a lista dos indicados, neste ano o prêmio é quase uma obrigação. Saudado como um dos mais belos filmes de 2009, “Up” certamente merece a estatueta ­– fazendo frente aos muito elogiados “O Fantástico Sr. Raposo” e “Coraline e o Mundo Secreto”.

Melhores Efeitos Visuais: 2009 viu uma revolução no mundo dos efeitos especiais. “Star Trek” e “Distrito 9” são primorosos, mas esta estatueta tem dono certo: “Avatar”. A unanimidade deste ano.

Melhor Edição de Som: Junto de “Guerra ao Terror” aparece bem nesta categoria o filme “Star Trek”. Ainda assim, o grande nome do ano é a nossa aposta: “Avatar”.

Melhor Mixagem de Som: Com um excelente trabalho, a aposta é “Guerra ao Terror”.

Melhor Trilha Sonora: Com quatro indicados fantásticos, é uma categoria difícil. Entre trilhas poéticas (como em “Avatar” e “O Fantástico Sr. Raposo”) e tensas (“Sherlock Holmes”), ficamos com a excelente animação da Pixar “Up”, com música composta pelo competente Michael Giacchino.

Melhor Canção Original: Vencedora de vários prêmios, ficamos com “The Weary Kind”, a canção country composta para o filme “Crazy Heart”.

Melhor Maquiagem: Apesar do excelente trabalho de “Star Trek”, ficamos com o vencedor do prêmio BAFTA nesta categoria, o britânico “The Young Victoria”.

Melhor Figurino: Apesar da tradição de prêmios para filmes de época, como “The Young Victoria”, nossa aposta é o surreal “O Mundo Imaginário de Dr. Parnassus”.

Melhor Direção de Arte: Em um ano de filmes de encher os olhos, a aposta mais certa é “Avatar”, que até aqui teria três estatuetas.

Melhor Edição: Uma história, para ser bem contada, precisa ter ritmo. Neste sentido, ponto para o excelente “Guerra ao Terror”.

Melhor Fotografia: Dificílima categoria, com filmes que vão de visuais digitais a cenas em preto-e-branco. “Avatar”, pelo trabalho que é criar um novo universo de modo realista, é o nosso voto.

Melhor Roteiro Adaptado: Amor Sem Escalas”, por manter uma identidade própria como filme, sem se apegar a todos os detalhes da história do livro de origem.

Melhor Roteiro Original: Este pode ser um tiro arriscado, mas apostamos na beleza da simplicidade – na história de “Up”.

Melhor Diretor: A vencedora do prêmio do Sindicato dos Diretores, apesar do amplo favoritismo de James Cameron, é que deverá levar o prêmio: Kathryn Bigelow, por “Guerra ao Terror”.

Melhor Atriz Coadjuvante: Após vencer inúmeros prêmios, Mo’nique deve ser consagrada no Oscar por seu papel em “Preciosa”.

Melhor Atriz: Mesmo tendo na disputa as grandes Helen Mirren e Meryl Streep, o prêmio do Sindicato dos Atores (que geralmente dá uma prévia do que será premiado nas categorias de atuação do Oscar) apontou ela, que finalmente terá seu reconhecimento: Sandra Bullock, pelo drama “The Blind Side”.

Melhor Ator Coadjuvante: Outra estatueta que parece já ter dono certo. Para suceder o prêmio póstumo de Heath Ledger ano passado, Christoph Waltz para receber o único prêmio da noite de “Bastardos Inglórios”.

Melhor Ator: Elogiadíssimo pelo papel do cantor country redimido, ficamos com o grande favorito Jeff Bridges, por “Crazy Heart”.

Melhor Filme: Este que vos escreve acredita que, pelo menos este ano, seria suficiente termos apenas os tradicionais cinco filmes concorrendo na categoria principal. Ainda assim, já é quase consenso geral quem deverá levar o grande prêmio da noite. Mais do que um filme, um evento cultural. E o Oscar de Melhor Filme vai para... “Avatar”. (Se não houver uma zebra homérica...)

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