sábado, 16 de janeiro de 2010

Retrospectiva 2009: Música - Parte 2

Na segunda parte da nossa retrospectiva musical de 2009, mais alguns álbuns que foram destaque neste ano – e uma homenagem especial.

  • Kelly Clarkson – All I Ever Wanted

Não pode ser esquecido o novo disco desta que é o grande nome feminino do pop-rock da década. Com uma batida mais eletrônica, a “mãe” de cantoras como Demi Lovato e Katy Perry voltou ao topo das paradas americanas pela primeira vez desde 2002 com a música-chiclete “My Life Would Suck Without You”.

O grande trunfo deste disco está no time de produtores-compositores – a dupla “midas”da música pop, Dr. Luke e Max Martin (responsável pela música acima), e a dupla formada entre Kelly e Ryan Tedder (também produtor do disco de Beyoncé).

Reunindo o melhor dos seus dois últimos discos, o pop “Breakaway” (ainda o maior sucesso comercial da cantora) e o mais próximo do rock “My December” (o trabalho do coração de Kelly), as grandes pérolas deste trabalho são a linda “Cry”, o hit “Already Gone” e o belo cover do clássico de Keri Noble, “If No One Will Listen”.

  • U2 – No Line on the Horizon

O novo disco do U2 parece seguir o caminho inverso do mega-sucesso How to Dismantle an Atomic Bomb, de 2004. Se o disco anterior estava recheado de canções radiofônicas (e que são lembradas até por quem não é fã do grupo), para o novo trabalho Bono e companhia optaram por músicas mais experimentais (e mais a cara dos trabalhos antigos do grupo).

É difícil explicar No Line on the Horizon. É um álbum do qual só se gosta depois de se ouvir mais de uma vez, não é do tipo que tem grandes singles de refrões e melodia colantes – na verdade, seus singles não empolgam tanto quanto os do disco anterior. O objetivo parece fazer um trabalho mais artístico – vide as lindas “Magnificent” e “Moment of Surrender”.

Pela coragem de fazer um trabalho cheio de sinceridade, e sem ligar pra fazer músicas populares, merece a nossa atenção. Provavelmente é o seu melhor disco desde The Joshua Tree.

Ouça também: “I’ll Go Crazy If I Don’t Go Crazy Tonight” e “Get On Your Boots

  • Miley Cyrus – The Time of Our Lives (EP)

O grande trunfo do último trabalho de Miley Cyrus foi separar sua imagem da de Hannah Montana – e jogar sua popularidade às alturas. Se antes ela só era ouvida por pré-adolescentes, ela conseguiu atingir o público adulto com “The Climb” (que não está neste EP, mas bem que deveria) e uma parte do público jovem que não a ouvia com a empolgante “Party in the USA”.

Polêmicas à parte (e este parece ser o futuro da cantora), vemos o crescimento de Miley em boas músicas românticas, como “When I Look at You” e “Obsessed”, além da versão ao vivo de “Before the Storm”, o dueto com Nick Jonas que é também o ponto alto do último disco dos irmãos Jonas. Apesar de ainda derrapar nas canções pop-rock, principalmente por causa de seu timbre nasal muitas vezes insuportável, ela certamente continuará em destaque, mesmo quando sair das asas do grupo Disney, o que parece cada vez mais próximo de acontecer.

Homenagem especial

O falecimento de um grande artista geralmente o leva de volta aos holofotes – a velha história de que o reconhecimento só chega depois da morte. Em 2009, o nome de Michael Jackson voltou à tona no mercado musical como não se via há pelo menos quinze anos – o levando até a indicações múltiplas ao American Music Awards, incluindo de Artista do Ano. Todos os seus álbuns voltaram a vender aos montes – e o filme baseado nos ensaios da última tour não realizada, Michael Jackson’s This is it, foi um dos grandes sucessos de bilheteria do ano.

This is it, porém, deu origem também o que foi provavelmente a melhor coletânea lançada este ano. O álbum duplo traz as versões originais de todas as músicas apresentadas no filme, além da inédita faixa-título (que ganhou recentemente um belo clipe dirigido por Spike Lee), que marcou o reencontro da família Jackson diante de um microfone.

Além disso, o segundo disco de apenas quatro faixas apresenta um poema inédito de MJ, “Planet Earth” e três versões demo de sucessos de Michael, entre elas, um retrato perfeito do artista. É a versão de “Beat It”, gravada no início da produção do álbum Thriller, com Jackson em seu momento compositor, tendo criado apenas a melodia e o arranjo vocal do refrão.

Em resumo, uma legítima peça de colecionador, com um encarte primoroso e dois discos de canções para a posteridade. Para este que vos fala, o disco do ano. This is it.

Um comentário:

Oráculo disse...

Gostei muito dos seus artigos sobre musica.
Queria saber sua opinião sobre o "Meu Momento" da Wanessa.


www.harmoniaemamarelo.blogspot.com